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Livro: O Detento

  • Foto do escritor: Mapeando Livros
    Mapeando Livros
  • 9 de mai.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 9 de jul.


capa dp livro o detento
Nem toda cela guarda culpados… e nem toda liberdade é inocente.

Se tem uma coisa que aprendi lendo thrillers é que a autora Freida McFadden sabe exatamente como nos deixar desconfiando de tudo — e de todos. Em O Detento, ela pega a tensão de um ambiente que já é naturalmente perturbador (uma prisão de segurança máxima) e intensifica a cada página, até você começar a duvidar até de quem está contando a história.


Informações gerais

📖 Título: O Detento

🖋️ Autora: Freida McFadden

🏷️ Gênero: Suspense psicológico / Thriller

📚 Páginas: 346

🏛️ Editora: Arqueiro



O Detento: Sobre o que é a história?


A protagonista é Brooke Sullivan, uma enfermeira que acaba de começar a trabalhar em uma prisão masculina. O lugar é opressor, cheio de regras, olhares desconfiados e sussurros que nunca chegam a se tornar palavras completas. É o tipo de cenário em que qualquer passo em falso pode custar caro — talvez até a vida.


O grande problema? Brooke não é exatamente uma desconhecida por lá. Há um detento em especial que mexe com suas memórias — e com seus nervos. A medida que os dias vão passando, a linha entre o certo e o errado vai ficando cada vez mais borrada. Brooke esconde algo. O detento também. E nós, leitores, estamos no meio dessa tensão silenciosa, tentando entender quem está dizendo a verdade.


O que me prendeu na leitura


A escrita da Freida é rápida, direta e muito visual. Ela consegue criar aquele tipo de atmosfera onde você sente a tensão no ar — como se estivesse ouvindo o ranger de uma porta ou o som distante de passos pesados em um corredor vazio.


O ritmo é constante e cheio de viradas. Nada ali é gratuito: cada conversa, cada silêncio, cada lembrança de Brooke parece encaixar em um quebra-cabeça muito maior. A autora brinca com a nossa percepção o tempo todo, e até os momentos mais tranquilos carregam uma sensação de que algo não está certo.


Brooke: protagonista ou cúmplice?


Brooke é uma personagem que me despertou sentimentos mistos. Em alguns momentos, ela parece vulnerável, tentando apenas sobreviver num ambiente hostil. Em outros, ela toma decisões tão impulsivas que eu mesma me peguei pensando: “Garota, por que você está fazendo isso?”


Mas é justamente essa dualidade que a torna interessante. A autora não entrega uma mocinha perfeita. Brooke é humana, cheia de falhas, traumas e zonas cinzentas. E isso faz com que o leitor oscile entre querer protegê-la... e desconfiar dela.


A construção do ambiente carcerário


Uma das coisas que mais me chamou atenção na leitura foi como a autora conseguiu construir o clima tenso e opressor da prisão sem cair em exageros. Não é um lugar apenas físico — é um estado psicológico. Você sente o isolamento, a rigidez das regras, os olhares silenciosos e os segredos escondidos entre grades e corredores.


A prisão, nesse caso, funciona quase como um personagem à parte. É um espaço onde todos — funcionários e detentos — precisam manter as máscaras bem ajustadas. E é também onde a narrativa se aprofunda nas nuances entre culpa, punição e redenção.


Narrativa não linear e reviravoltas


Outro elemento que adiciona bastante à experiência é a estrutura narrativa escolhida por Freida McFadden. A história não é 100% linear — há momentos em que mergulhamos nas memórias de Brooke, o que adiciona camadas ao suspense. Aos poucos, vamos entendendo que o passado dela não está tão enterrado quanto parece... e talvez nem seja tão inocente quanto quer aparentar.


Essas idas e vindas criam um ritmo envolvente, que exige atenção, mas nunca confunde. Pelo contrário: ajudam a montar o quebra-cabeça. Cada capítulo traz uma peça nova, até o momento em que a verdade se torna impossível de ignorar.


Temas explorados


Além do suspense, O Detento também mergulha em temas como:


  • Segredos do passado: como eles moldam quem somos no presente;

  • Confiança: até onde você confia nas pessoas ao seu redor — e em você mesma?

  • Moral e limites: o que é certo dentro de um ambiente onde tudo já está fora do lugar?


Esses questionamentos aparecem sutilmente, mas ficam ali, rondando a história até o final.


Pontos altos e baixos


Pontos positivos:

  • Ritmo rápido, sem enrolação

  • Atmosfera pesada e bem construída

  • Final que amarra bem os fios soltos


Pontos negativos:

  • Alguns personagens secundários podiam ser mais desenvolvidos

  • Certas decisões da protagonista podem frustrar leitores mais racionais


Reflexões que o livro desperta


Mesmo sendo uma ficção, O Detento desperta reflexões importantes. Até que ponto somos realmente livres? Quantos de nós estão presos a traumas, memórias e decisões antigas? A prisão física mostrada no livro acaba se tornando uma metáfora poderosa para as prisões emocionais que carregamos ao longo da vida.


Brooke, com todos os seus erros e segredos, acaba representando muita gente que tenta seguir em frente enquanto o passado insiste em bater na porta. E o mais inquietante é perceber que nem sempre o que parece certo, de fato é.


Para quem é esse livro?


Se você curte thrillers psicológicos com clima sombrio e personagens moralmente ambíguos, esse livro é pra você. Ele lembra um pouco A Paciente Silenciosa, A Corrente e até mesmo A Outra Garota Negra (na forma como te deixa paranóica).


Minha conclusão


O Detento não é apenas um suspense com um cenário diferente — é um livro que faz você desconfiar do narrador, do sistema prisional, dos próprios pensamentos da protagonista… e dos seus também.


Terminei a leitura me sentindo desconfortável — e isso, para mim, é um elogio. Porque poucos livros conseguem gerar essa sensação de forma tão eficaz.


💬 Já leu O Detento? Ficou com raiva da Brooke em algum momento? Ou se viu torcendo por ela? Me conta nos comentários! E se quiser mais indicações de livros assim, confere as outras resenhas aqui do blog!


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Curiosidade: quem é Freida McFadden?


Se você ainda não conhece essa autora, vale a pena ficar de olho. Freida McFadden é médica e escritora, especializada em thrillers médicos e psicológicos. Muitos dos seus livros exploram temas como saúde mental, dilemas éticos e ambientes hospitalares ou prisionais — sempre com aquela pitada de suspense que prende do início ao fim.


Ela é autora de sucessos como A Empregada e Nunca Minta, todos com tramas que exploram o lado sombrio da mente humana. E o melhor: a escrita dela é fácil de acompanhar, perfeita para quem gosta de ler rápido, mas sem abrir mão de qualidade.




Um abraço,


 T.P.M. 💛


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