Livro: O Homem de Giz
- Mapeando Livros
- 21 de mai.
- 4 min de leitura
Atualizado: há 8 horas

🧩 Quando um código de infância revela um segredo macabro, o passado cobra seu preço — trinta anos depois.
Se você curte thrillers com clima nostálgico, mistérios que atravessam décadas e aquele suspense psicológico que deixa a gente com o coração na mão, O Homem de Giz, de C. J. Tudor, é a pedida certa. Prepare-se para uma história sombria, cheia de reviravoltas e memórias que talvez fosse melhor deixar enterradas.
📚 Informações do livro:
Título: O Homem de Giz
Autora: C. J. Tudor
Editora: Intrínseca
Data de publicação: 3 de julho de 2024 (edição brochura)
Gênero: Thriller psicológico / Mistério com toque nostálgico
Páginas: 272

🧩 Mapeando o Livro: O Homem de Giz — C. J. Tudor
Prepare seu coração e segure bem sua bicicleta: vamos voltar no tempo para revisitar a infância — mas não aquela nostálgica e cheia de boas lembranças. Em “O Homem de Giz”, da britânica C. J. Tudor, o passado é um lugar escuro, cheio de segredos enterrados e cicatrizes mal curadas. Se você gosta de thrillers que alternam entre duas linhas temporais, com muito mistério e reviravoltas inesperadas, esse livro vai direto para o topo da sua lista.
Com uma atmosfera que lembra It – A Coisa, de Stephen King, e a série Stranger Things, esse thriller psicológico mistura amizade, traumas de infância e crimes não resolvidos em uma narrativa viciante — daquelas que você começa sem perceber a hora passar.
🚲 Tudo começou com um giz
O ano é 1986. Eddie Adams tem doze anos e vive em uma pequena cidade inglesa com seus quatro amigos inseparáveis: Gav, Hoppo, Metal Mickey e Nicky. Eles passam os dias pedalando pela vizinhança, explorando florestas e inventando códigos secretos com desenhos de giz — homenzinhos-palito rabiscados no asfalto para se comunicarem uns com os outros.
Tudo parece simples, inocente, divertido. Até que os desenhos de giz começam a aparecer por conta própria. E pior: levam as crianças até o corpo desmembrado de uma menina, em um bosque próximo. O choque é enorme. A partir desse momento, o grupo de amigos nunca mais será o mesmo — e a infância de todos termina ali.
🧠 Trinta anos depois... o passado volta
Agora estamos em 2016. Eddie já é adulto, leva uma vida tranquila e discreta, e acredita que os fantasmas do passado estão enterrados para sempre. Ele mora na mesma cidade, na mesma casa, e trabalha como professor. Mas tudo muda quando recebe, de forma anônima, uma carta com o desenho de um homem de giz enforcado.
A princípio, parece apenas um trote. Algo sem importância. Mas, ao descobrir que seus antigos amigos também receberam cartas parecidas — e logo após um deles aparecer morto —, Eddie percebe que aquilo é mais do que coincidência. O que começou há trinta anos não terminou. E alguém está determinado a desenterrar o que foi deixado para trás.
A partir daí, Eddie se vê forçado a relembrar os eventos de 1986 e juntar as peças do quebra-cabeça. Porque a verdade nunca foi completamente revelada. E talvez o verdadeiro assassino ainda esteja à solta.
🧩 Alternância de tempo: passado e presente em colisão
Uma das características mais envolventes do livro é a estrutura narrativa. A autora intercala capítulos entre 1986 e 2016, e essa alternância é extremamente eficaz para criar tensão. Os capítulos do passado mostram a dinâmica do grupo, os segredos que cada um escondia, as pequenas rivalidades e as experiências traumáticas que moldaram seus futuros.
Já os capítulos ambientados no presente revelam como cada um desses personagens lidou com o trauma. Eddie, nosso protagonista, é um narrador interessante, mas também não totalmente confiável. À medida que a história avança, percebemos que ele omite detalhes importantes — até de si mesmo.
Essa narrativa dupla te prende porque, em vez de simplesmente investigar o que aconteceu no passado, o leitor vivencia os acontecimentos como se estivesse lá — e vai conectando as pistas ao mesmo tempo que Eddie.
🔎 Reviravoltas e camadas escondidas
Se você é fã de thrillers que guardam surpresas até a última página, “O Homem de Giz” vai te agradar. A história é recheada de plot twists, muitos deles completamente inesperados. Nada é o que parece — nem os personagens, nem os eventos do passado, nem o motivo por trás da morte da menina, nem o envio das cartas misteriosas décadas depois.
O livro também toca em temas sensíveis como bullying, abuso, culpa, suicídio e negligência, tudo isso com uma narrativa que mistura o sombrio com o nostálgico. C. J. Tudor sabe exatamente como manipular a curiosidade do leitor. Quando você acha que entendeu o que aconteceu, uma nova informação vira tudo de cabeça para baixo.
A autora também brinca com a ideia de memória distorcida: será que os personagens lembram dos fatos com precisão? Ou será que, em algum momento, todos aceitaram uma versão conveniente da verdade para conseguirem seguir em frente?
🧒 Amizade, segredos e o fim da inocência
No fundo, esse livro é também sobre amizade e perda da inocência. A infância dos protagonistas é marcada por lealdade e cumplicidade, mas também por brigas, ciúmes e decisões erradas. Há algo melancólico ao acompanhar o impacto que os eventos de 1986 tiveram na vida adulta deles.
Eddie, principalmente, é um personagem solitário, introspectivo, quase resignado à mediocridade de sua vida. É como se uma parte dele tivesse morrido junto com a infância — ou com o segredo que ele carrega até hoje.
É impossível não se perguntar: até que ponto somos responsáveis pelas escolhas do passado? E o que fazemos quando a verdade ameaça destruir tudo que ainda resta?
👁️ Vale a pena ler?
“O Homem de Giz” é daqueles livros que se lê com rapidez e emoção, mas que permanece com você por muito tempo depois. A escrita de C. J. Tudor é envolvente, sombria na medida certa, e conduz o leitor com maestria por um labirinto de memórias, culpas e mistérios.
Recomendado para fãs de Garota Exemplar, A Paciente Silenciosa, It – A Coisa e todos que amam suspenses com clima nostálgico e atmosfera tensa. Se você curte thrillers que abordam traumas do passado, amizade e mentiras escondidas sob o tapete, esse é um prato cheio.
Prepare-se para questionar tudo — inclusive a própria memória.
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Um abraço,
T.P.M. 💛






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